Coluna Cacau Menezes no "Diário Catarinense"

Pechincha
O saboroso show de humor, no melhor estilo stand-up comedy, do Teatro de Quinta, que mais uma vez lotou, no domingo à noite, o Centro Multiuso de São José, bem que poderia corresponder à expectativa do público, fissurado por piadas novas, e dar logo uma boa recauchutada no repertório, de cabo a rabo. O espetáculo não tem motivos para ser tão repetitivo.

Cá entre nós, o cotidiano na Capital, no que se refere à produção de gargalhadas, tem sido farto.

Coluna Cacau Menezes no "Diário Catarinense"

Toques
- NO PÁREO - Nosso querido Ricardo Von Dorff, da RBS TV Florianópolis, é um dos finalistas da quarta edição do Prêmio AMB de Jornalismo, com o trabalho Justiça no Trabalho, na categoria televisão, informa o Sindicato dos Jornalistas/SC. Os vencedores serão anunciados hoje. A festa de premiação será no dia 11 de dezembro, em Brasília (DF).

- SANTO DA CASA - No teatro, santo de casa faz milagre sim senhor. A turma do Teatro de Quinta lotou o CIC no domingo à noite para a apresentação comemorativa aos três anos em cartaz. E mereceu aplauso de pé ao final.

Coluna Cacau Menezes no "Diário Catarinense"

Teatro
A turma do Teatro de Quinta, que volta a se apresentar na capital, dia 18 de março, no TAC, também estará no Festival de Teatro de Curitiba. Eles foram selecionados para participar do Fringe, a mostra paralela do festival, e vão mostrar seus esquetes no bar Er só o que F lt v (Era só o que Faltava, escrito desse jeito mesmo), especializado em stand up comedy, de 23 a 25 de março.

E Milena Moraes, atriz do grupo, também estará nos palcos do maior festival de teatro do país com outras duas peças, os monólogos Uma Mulher Só e Santa. É prata da casa, alçando vôos mais altos.

Nota "Redação Bem Paraná", Curitiba

'Teatro de Quinta' faz única apresentação em Curitiba
Show é baseado nos princípios da stand-up comedy
Redação Bem Paraná

O feriado da Proclamação da República se aproxima e uma boa pedida para quem vai ficar em Curitiba é assistir o espetáculo de humor “Teatro de Quinta”.
O show é baseado nos princípios da stand-up comedy, onde um ator-comediante, frente à platéia, se utiliza de múltiplos recursos interpretativos e dramatúrgicos, buscando o riso e a situação cômica de maneira ágil e variada. Em cartaz há quase três anos em Santa Catarina, o espetáculo – inédito em Curitiba - já foi assistido por um público de aproximadamente 40 mil pessoas.

O show caracteriza-se pela imensa variedade de conteúdo humorístico e por sua forma dinâmica, o que é garantia de riso certo. Prova da eficiência desta fórmula são as temporadas consecutivas e praticamente ininterruptas com sucesso de público e de crítica em várias cidades de Santa Catarina.

O elenco – com os atores Higor Lima, Graziela Meyer, Malcon Bauer e Milena Moraes - se utiliza de uma multiplicidade de recursos técnico-interpretativos, que focalizam tanto a representação pautada na estrutura do texto cômico quanto a presença fluente da performance com improvisos. A idéia é muito simples: apresentar ao público uma variedade de personagens que se alternam em cena expondo temáticas diversas relacionadas ao cotidiano, extraindo assim a essência cômica dele.

Assim, surgem tipos insólitos como: Xuca, paródia alcoolizada da loura apresentadora infantil, Irmã Frida, freira alemã professora de educação sexual, a boneca Susi, que esbraveja contra Barbie, considerada por ela figura alienadora da sociedade, e Renée Renew, transexual sexóloga com sua palestra sobre como entender a sexualidade moderna. E outros tipos de identificação imediata do público como: Pipoca, mestre de obras machista porém amoroso, Heide, a atendente de check-in estressada e em constante TPM, Janeide, a faxineira revoltada com a patroa e Caio Fernando... Pessoa, poeta que se utiliza de técnica e carisma duvidosos para declamar e promover sua poesia.

Para a companhia catarinense, o Teatro de Quinta compartilha com seus espectadores a vivência diária, a tragicomicidade, a reflexão sobre o universo que compomos e os aspectos sociais, culturais, econômicos, políticos e todo mais que permeie o dia-a-dia. Tudo isso com altas doses de ironia e deboche.

Crítica Alícia Alão para o jornal "Diário Catarinense"

Teatro
Comédia de primeira
Teatro de Quinta apronta das suas em mais uma aparição
ALÍCIA ALÃO


Munidos apenas de microfone e um figurino simples, quatro atores levam centenas de pessoas às gargalhadas em cada apresentação do Teatro de Quinta, iniciativa da Ponte Cultural Escritório de Produção.

Hoje o espetáculo será às 19h, no vão central do Shopping Iguatemi, na Capital, pela primeira vez com entrada franca.

O segredo para atrair tanta gente é a criatividade. A atriz e assistente de produção, Milena Moraes, conta que cada ator interpreta, em média, três personagens. Tem a vizinha fofoqueira, a diarista, o mestre-de-obras, a menina sapeca que foge de casa, uma freira que dá aulas de educação sexual, entre outros.

- Cada apresentação é única. Os personagens têm roteiro, mas não seguem um texto rígido. As piadas vão mudando, algumas rolam na hora. Usamos coisas do dia-a-dia para promover a identificação imediata com o público, que também é personagem. Sempre tem um celular que toca, alguém que ri engraçado, brincamos com isso também - explica a atriz, que considera o show bem interativo.

Não há cenário para as apresentações e, geralmente, são feitas com um ator por vez ao microfone. Esse formato é uma variação do modelo stand up comedy. Três anos depois de criado o espetáculo, o grupo inova ainda mais e aposta em quadros novos. Tem esquetes em dupla e até uma imitação do programa Saia Justa, no quadro Saia Suja, com personagens hilários em performances de 10 a 12 minutos.

Os quatro atores são formados pela Udesc. Milena explica que, no início, o Teatro de Quinta era realizado às quintas-feiras em bares da Capital. Ao longo do tempo, o lugar ficou pequeno para o público que comparecia para assistir.

O dia da semana e o espaço foram trocados. As apresentações seguiram para o Teatro da Ubro, no Centro da Capital, e todos os domingos tinha casa cheia. A capacidade de 100 lugares do teatro também ficou pequena para o público e o show ganhou o palco do Teatro Álvaro de Carvalho a partir de março deste ano. Os ingressos a preços populares e o desempenho cômico do grupo atraíram cerca de 300 pessoas por apresentação.

O Teatro de Quinta já fez shows em cidades do interior do Estado e até em Curitiba. A receptividade para os personagens tipicamente manezinhos repercutiu bem também fora do Estado, na avaliação de Milena.

- O público não ri só das piadas, mas também da maneira de falar, da piada visual e imagética.

Crítica Roney G. Pereira

Maioridade Cênica
Por Roney G. Pereira
20 de março de 2007


A maioridade de um indivíduo não significa apenas um número de anos na vida de uma pessoa. Junto com o passar dos tempos vem a experiência de vida, estudos visando o mundo pessoal e profissional. No caso de um ator estas qualificações surgem também a partir de suas experiências e experimentos ao longo da carreira. O que dizer então de um espetáculo teatral que ultrapassa a barreira do primeiro ano de exibições?
O espetáculo "Teatro de Quinta", que leva ainda o dispensável título de "Um Show de Humor", há muito deixou de ser apenas mais um espetáculo humorístico. Em seu terceiro ano de apresentações, elenco e espetáculo atingiram uma maturidade que outros levariam mais tempo para alcançar. O riso solto é facilmente arrancado daqueles que pela primeira vez assistem ao desfile de personagens variados inspirados em tipos comuns do cotidiano de todos. Aqueles espectadores que já assistiram o humorístico (muitos por dezenas de vezes) não se cansam de repetir a dose. Por mais que se assista e se conheça o texto básico, as surpresas estão cada sempre presentes, graças ao poder de improviso do grupo que acaba sendo auxiliado pela participativa platéia, um importante coadjuvante.
O formato simples do "stand-up comedy", bastante comum em bares e pequenos teatros nos Estados Unidos, agrada e atinge em cheio um público ávido por diversão. O riso, porém, não é apenas vindo através da simples piada. Está presente também a crítica social, a figuras do cotidiano e personalidades conhecidas. Ali estão representadas a "dondoca" da alta sociedade viciada nos prazeres consumistas, a criança incompreendida e perdida no meio dos adultos, o garanhão machista, a superstar televisiva, a doméstica desbocada, o pseudo-intelectual, e tantos outros tipos que povoam nosso dia a dia. Todos são porta-vozes das mazelas, situações ambíguas e tragicômicas do cotidiano.
A força adquirida pelo "Teatro de Quinta" teve algumas provas importantes nas recentes temporadas de verão, arrastando um grande público local e turistas, tendo ainda que ampliar a temporada por duas vezes. Não bastasse a promissora temporada de verão, o público teve uma última apresentação mesclando personagens novos e antigos. O sucesso do mix de tipos já conhecidos, já podia ser sentido na entrada do teatro com a imensa fila que se formava e que rapidamente lotava platéia, balcões, galerias e até mesmo corredores do teatro. Tamanho público não assusta mais o grupo que se aproveita da situação e faz graça do espectador e de si mesmo.
O "Teatro de Quinta" nasceu, cresceu e continua sua caminhada de sucesso brindando o público com momentos de diversão e muito bom humor. Fazer graça, arrancar o riso da platéia não é tarefa fácil. O pessoal do "Teatro de Quinta" tem cada vez mais e com maior facilidade conseguido arcar com esta responsabilidade. Não que tenham uma fórmula mágica para tal feito. Tudo é parte de um trabalho consistente e estudado. Um aprendizado diário e incansável que leva a maturidade profissional.
Visite também: http://teatro-de-quinta.blogspot.com

Crítica Edélcio Mostaço para o jornal "A Notícia"

O quinto elemento

Com fórmula derivada do stand-up comedy americano, "Teatro de Quinta" é uma boa alternativa de diversão
EDÉLCIO MOSTAÇO
Especial para A NOTÍCIA
Florianópolis - As quintas-feiras estão mais engraçadas. Para cumprir uma nova temporada, reestreou o "Teatro de Quinta", um show de humor conduzido por quatro artistas de Florianópolis. A fórmula é derivada do stand-up comedy, formato consagrado nos Estados Unidos, no qual um humorista se apresenta apenas com um microfone, recorrendo a gags e observações bem humoradas sobre fatos e personalidades.
Em cena estão André Silveira, Gilbas Piva, Higor Lima e Graziela Meyer, cada qual interpretando criaturas retiradas do fundo do baú. Entre elas Xuca, paródica e alcoolizada versão da loira apresentadora de TV; Janeide, uma empregada doméstica pra lá de revoltada contra a patroa; McToc, uma funkeira da pesada, envolvida com drogas e sexo; Cleosvaldo, um cobrador de ônibus que mora no Saco dos Limões. E por aí vai: a cada semana novas criaturas podem ocupar o palco.
Tudo é muito debochado e sem esconder intenções. Ou seja, um bando de atores desempregados que optou por parar de reclamar da vida e partiu para o ataque, autoproduzindo um espetáculo que explora as qualidades interpretativas de cada um.
Podem, desse modo, dar asas à imaginação e se divertir à grande, convidando o público a embarcar nesta nau dos insensatos, sem compromisso com nada mais além da diversão. Apresentado no bar Mecenas, o espetáculo é uma prévia para uma trepidante noitada dance.
O formato artístico apresenta muitas qualidades, sendo a maior delas poder incorporar fatos do dia. O humor, afinal, vive de um contexto, e este pode conhecer pequenas variações diárias que o retroalimentam com verve. A quebradeira da cidade e a crise no transporte coletivo que assaltaram Florianópolis há poucos dias foram devidamente glosadas pelos comediantes, por meio da ironia e do deboche, dentro do mais do que consagrado costume de rir da própria desgraça como meio de afastar fantasmas.
Platéia cativa
Entre as personagens, aquelas dotadas de maior empuxo são as que se estruturam em torno de um enredo progressivo, capaz de desdobramentos e novas incorporações. O cobrador de ônibus, a funkeira, a velha, e a ex-atriz pornô que virou evangélica possuem maior interesse cênico do que Xuca, o modelo Jason ou a ursinha panda, concebidos como tipos fixos em situações estáticas.
Mas o conjunto funciona. Tanto que já possui platéia cativa de admiradores que retornam para ver as variações interpostas em cada apresentação pelo quarteto de comediantes. Ou seja, nunca um espetáculo é igual ao outro, garantindo a vitalidade do empreendimento. Nestes tempos bicudos, uma boa alternativa para desopilar o espírito.
Edélcio Mostaço, crítico de teatro